BRASIL: MULHER NEGRA NA SOCIEDADE
BRASIL: MULHER NEGRA NA SOCIEDADE
INTRODUÇÃO O negro começou a ser introduzido no Brasil no final do século XVI pelos Portugueses que colonizavam estas terras, com o intuito de substituir a mão-de-obra indígena pela negra. O negro passou a ser uma figura importante no cenário brasileiro. Trazido para fortalecer a economia o negro foi inserido nas, mas diversas áreas de trabalho, como na área agrícola, artesanato e até nos trabalhos domésticos. Assim o negro passou a fazer parte da construção do país e também da família brasileira. Falar sobre a contribuição do negro para a formação da sociedade brasileira e falar daqueles que plantaram construirão casarões, igrejas, fortes e cidades inteiras num mundo feito para brancos que os viam apenas como objetos, ferramentas sem nome, sem memória, sem história e sem mérito algum pelo que realizaram na construção do país e da sociedade, que cada vez, mas se influenciava pela cultura, religião e até mesmo pela mesclagem do negro com branco. Como falar desta contribuição do negro na formação da sociedade brasileira? Sabemos que este não era visto como gente e por não ser gente não existia, como tal não tinha identidade nem história para o homem branco só existia uma história a sua como colonizador, mas a o negro nem mesmo tinha alma muito menos mérito de alguma coisa. O negro que outrora na áfrica era príncipe ou rei de uma grande tribo, agora tinha seu nome, sua crença, sua dignidade e sua história apagada pelo europeu que o levou ao cativeiro. Por compreendermos a necessidade de conhecermos o papel do negro na formação da sociedade, visto que sua influencia e inegável na cultura, na religião e na miscigenação racial apresentada hoje no Brasil elaboramos este texto a fim de publicarmos na internet e depois socializarmos e uma mesa-redonda, para que outros conheçam nossas origens conhecendo também a história de sua formação. Neste texto tentaremos analisar, identificar e avaliar a contribuição do negro para formação da sociedade deste imenso país que e o Brasil, possuidor de uma tão grande miscigenação cultural e racial. Em uma pesquisa qualitativa bibliográfica; abordaremos a origem do negro, a vinda para o Brasil, o negro como mercadoria, o negro, e o fortalecimento da mão-de-obra, o negro construindo um país para brancos, o negro e a miscigenação e o negro e o sincretismo religioso. Assim compreenderemos melhor esta importante contribuição do negro no processo de formação da sociedade Brasileira, deixando marcada a sua participação na formação da identidade da nação com herança Africana trazida para o Brasil, construindo um país diversificado racial e culturalmente. O que vemos hoje é reflexo de uma miscigenação em que o negro teve grande participação. A ORIGEM DO NEGRO NA ÀFRICA O negro foi vendido como mercadoria no Brasil do século ao XIX, para fortalecimento da mão- de- obra, e como tal era indispensável. O negro não veio de um continente desorganizado, sem cultura, sem tradição e sem passado. Mas para o europeu colonizador da áfrica era diferente, para este o negro africano era um ser inferior e que só servia para servir, um objeto, uma coisa, ignorando sua história e sua personalidade. Segundo Mattoso (2003, p. 24) a áfrica tinha verdadeiros impérios organizados, com tribos e autoridades inquestionáveis, também lá se encontravam confederações tribais e cidades-pousadas com seus ricos mercados no caminho do ouro, das especiarias e do marfim. Seus mercados eram ricos em variedades de coisas como o sal e até escravos, em todo áfrica se encontrava um povo guerreiro, pescador, caçador, pastor, comerciante e agricultor, o que nos faz ver que o europeu tentou apagar a história da áfrica como se não existisse até sua chegada. A religião na áfrica e diversificada, assim como os idiomas e etnias. Para eles a religião e uma forma de organização social e são variantes do animismo, e ela mantém enquadra o negro na sua vida cotidiana. Com a chegada do europeu e a partilha da África ouve o desmoronamento de reinos, grupos tribais e etnias, que tiveram grande influência do mesmo, transformando a sua vida política e religiosa. As marcas da colonização foram profundas implantando a sua religião, seu idioma e sua política, desconstruindo tradições e costumes milenares. A VINDA DO NEGRO PARA O BRASIL Conforme Mattoso (2005, p. ) a viagem do negro em direção ao Brasil tem poucos relatos, mas com certeza não das melhores. Os documentos só informam a duração da viagem e ignoram o tempo de sofrimento passado pelo capturado entre a captura e o desembarque na América. Sabemos que o negro desde o momento de sua captura na África até a sua venda como mercadoria passava por sofrimentos terríveis, muitos até morreram na viajem, pois nos navios negreiros eram amontoados como objetos, coisas, sem conforto ou higiene. Navios como o Emilia que em 1821 trouxe a Bahia um enorme carregamento de escravos que sempre aportavam no Brasil trazendo negros que em seu lugar de origem eram príncipes e reis e que durante a viagem era separado de sua tribo e família e transportados em condições sub-humanas, onde só os mas resistentes sobreviviam. Os doentes e menos resistentes ficavam sem alimentos ou eram jogados no mar para que não dessem trabalho. Para Mattoso ( ano, p.. ) os estados guerreiros, caçadores e fornecedores de escravos, não conheciam a exploração de mão-de-obra servil tal como era do outro lado do Atlântico. No Brasil o negro servia para um sistema agrícola em primeiro lugar depois para a mineração de mineras e pedras preciosas e por último para os serviços urbanos. O sistema escravagista terá inúmeras modalidades de escravidão, e assim existira varias espécies de escravos no Brasil, e escravos de diversas condições sociais, matérias e afetivas. O NEGRO COMO MERCADORIA O tráfico negreiro tornou-se um grande negócio, algo extremamente lucrativo, o que fazia com que os comerciantes portugueses não parassem seus navios para os devidos reparos, e tornou-se comum navios com problemas de calafeto, mastros desgastados e outros indispensáveis e que não eram reparados por profissionais, mas apenas por alguns negros que as vezes o faziam. Tudo em nome do lucro a qualquer custo. Os navios brasileiros eram bem equipados para o "resgate", mas os comerciantes da Bahia em busca de bons lucros negociavam elementos necessários a viagem como a diminuição do número de pipas de água para ter mais espaço nos navios. Os negros viajavam empilhados sem espaço até mesmo para suas necessidades naturais, se dormissem caiam um sobre os outros. Os negreiros brasileiros eram menores do que os holandeses e carregavam mais negros, enquanto um holandês transportava 300 negros em uma caravela, um brasileiro transportava 500. Nessas condições, a taxa de mortalidade era elevada chegando a 57% o número de mortos em uma viajem. Quando a mercadoria chegava ao Brasil passava pelo de engorda para melhorar a aparência da mercadoria que iria para a exposição. Com a vigem era comum que os negros chegassem magros, debilitados e com uma aparência ruim, e para facilitar a venda da mercadoria era importante melhorar seu aspecto. Existiam duas formas de venda desses negros uma era venda privada e a outra eram leilões públicos. Os leilões que geralmente aconteciam nos portos, eram feitos com escravos recém-chegados, quinze dias após o desembarque. Começava-se com os, mais difíceis de venda e depois os mais bonitos do lote. Em 1612 um escravo custava em média 28 mil reis. Um escravo para os escravocratas eram um bom negocio ou investimento. No leilão o escravo tinha o preço estabelecido pelo lance mais alto o que caracterizava esta modalidade. Na venda privada de escravos a modalidade supõem que havia um entendimento prévio entre o vendedor e o comprador, onde em um acordo o preço era fixado, e também permitiam flexibilidades no negócio se necessário. Com o desenvolvimento urbano do Brasil essa modalidade de comercialização de escravos cresceu, pois passou haver necessidade de mão-de-obra na construção, no transporte e no comércio. O NEGRO NO FORTALECIMENTO DA MÃO-DE OBRA O Brasil teve sede de braços para o trabalho no campo o nordeste e os centros lestes da colônia fundaram sua riqueza sobre a produção maciça de alguns artigos primários de exportação, dentre as quais a cana-de-açúcar foi por muito tempo o produto rei, sobretudo nas áreas litorâneas. A exploração agrícola açucareira repousa originalmente sobre a posse de várias áreas de terras outorgada pela coroa portuguesa aos que comprovam capacidade de fazê-las frutificar: são as sesmarias. O concessionário deverá montar a qualquer preço um sistema de produção eficiente não é suficiente plantar e colher cumpre em transformar a colheita em artigos de consumo: o açúcar. Dessa necessidade um complexo agro-industrial, o engenho que exige considerável grau de racionalização, tarefas agrícolas e industriais esperam os escravos. Segundo Freyre (2006, p.390) "os escravos vindos da área de cultura negra mais adiantada foram um elemento ativo, criador e quase que se pode acrescentar nobre da colonização do Brasil; degredados apenas pela sua condição de escravo". Esses foram os responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil colonial. O escravo ver-se a cercada por um sistema fortemente estruturado, no qual dominação e controle se adaptam às necessidades da exploração. O controle absoluto da exploração parece estar entre as mãos do proprietário do patrimônio, da terra e, sobretudo dos instrumentos da produção: esses são os escravos com seus braços, o engenho de açúcar com suas máquinas. A terra de um engenho não vale grande coisa no Brasil colonial, se ela é virgem e se a mão de obra necessária não atende a colheita próxima. Nessa sociedade agrária, o escravo é a "coisa" indispensável como instrumento de produção, mas derrotado a uma tarefa fixa sem possibilidade de mobilidade social. No século XIX quando se estabeleceram no rio grande do sul as grandes charqueadas para a salga da carne seca, parte da população de pecuarista se estabilizará em torno desses núcleos recentes tomando como seu modelo a sociedade agrária patriarcal e patrimonial: o número de escravos aumentará, ao tempo em que se reduzirão as suas possibilidades de subir a escala social e se farão mais rígidos os controles. Escravos dos campos, das minas, dos sertões viverão de maneiras diferentes suas relações com a sociedade que os obriga ao trabalho. CONSTRUINDO UM PAÍS PARA BRANCOS Quando falamos da formação da sociedade brasileira temos que falar da importante contribuição do negro na formação da nossa identidade política, econômica, religiosa e social. Povo este que a ferro foram trazidos para o Brasil deixando sua terra, sua cultura, sua religião e sua etnia, para incrementar a economia brasileira servindo de mão-de-obra, pois ao chegarem ao Brasil, sabiam manejar gado, trabalhar o ferro, irrigar o solo entre outros. Construíram um país para brancos. O Brasil foi construído por um povo forte e trabalhador, porém foi construído para outros o dominarem, deixando o negro como uma escória, apenas refugo da humanidade, marginalizados e inferiorizados. Ser negro no Brasil significava não ser humano, se relacionado com coisas feias, objeto, instrumento de produção preto não tinha alma, então não era como o branco que pela sua pele clara era visto uma coisa boa e imagem de Deus e coroa sua criação. Dizemos que este povo tão descriminado com o fim da escravidão contribuiu para a explosão populacional no país, tornando-o um país miscigenado onde já não se percebe mais os descendentes de colonizadores assim dando uma cor marrom as gerações. As bases econômicas, sociais, e culturais do nosso país "sangue negro". Os mais de seis milhões de negros trazidos para o país nos séculos XVIII e XIX incrementaram nossa sociedade. Todo o Brasil teve em sua cultura e economia uma forte influência do negro que para a que veio para fortalecer a economia trabalhando nas plantações. Com o fim da escravidão não mudou muita coisa as atividades continuaram as mesmas tudo continuava como antes a situação econômica também não mudava apenas a miscigenação se intensificava, no final do século XIX, quase inexistiam famílias genuinamente brancas. No Brasil o negro teve uma importância de grande valor, para a construção deste país tão diversificado com uma pluralidade cultural e religiosa. Hoje o negro luta para o seu reconhecimento não como cultura superior, mais igual a de todas as cores, mas esta luta não é fácil, quando entendemos que ela consiste em mudar a mentalidade de toda uma geração que ainda ver o negro como indigno e incapaz de ser competente, inteligente e até mesmo ser gente mesmo ser gente. O negro ainda e visto como inferior ao branco e muitas vezes como incapaz. Quando um empresário busca um funcionário e estão presentes no pleito pela vaga um negro e um branco, quem fica e o branco, porque o negro tem sua aparência atrelada a coisa feia sem boa aparência e incompetência, enquanto o branco e sinônimo de beleza e competência. Até pouco temo percebia-se anúncios de empregos dizendo que o pretendente deveria entre outras qualidades ter boa aparência o que desqualificava o negro para vaga. A mídia também tem de sertã forma inferiorizado o negro, quando mostra o negro associado ao trafico e a violência em seus filmes e novelas. Quando o negro e descente e de boa família este e pobre e empregado de um rico. O negro tem sido divulgado como um grupo sem capacidade de ser intelectual, profissional liberal ou empresário bem sucedido. Preto na mídia quase sempre e bandido ou pobre miserável, vivendo em favelas, praticando assaltos ou como serviçal de um grande empresário. A mulher negra desde os tempos coloniais é vista apenas com objeto sexual, aparecendo como musas em carnavais ou seminuas em propagandas comerciais, o que faz com que sejam vistas também como incapazes de realizar algo relevante como se medica ou advogada, condenada à viver apenas da comercialização de sua aparência. Muitas mulheres hoje ao conseguirem um emprego, tem sua remuneração inferior a das brancas; e cargos também inferiores; o que caracteriza a descriminação. No Brasil o ingresso do negro nas universidades e bem inferior a dos brancos mesmo com leis como a de cotas para negros, em alguns cursos se percebe a quase inexistência da presença do negro na sala de aula. O negro seria incapaz de esta em uma universidade? Não, apenas um negro tem sido vitima de falta de oportunidade eu o coloque em pé de igualdade com o branco. O NEGRO E A MISCIGENAÇÃO No caso dos africanos vindos para o Brasil dos primeiros séculos XVI, aos meados do século XIX, devemos procurar surpreender nos principais estoques de imigrantes não só o grau como o momento de cultura que nos comunicaram. Momentos que entre as tribos variou consideravelmente nesses trezentos e tantos anos de profundas infiltrações maometanas na áfrica negra. Grau que variou de maneira notável de sudaneses para bantos. Importa determinarmos a área cultural de procedência dos escravos evitando-se o erro de vermos no africano uma só e distinta figura de "peça da guiné" ou "preto da costa". De outras áreas de cultura africana transportaram-se para o Brasil, escravos em grosso número, muitos de áreas superiores à banto. A formação brasileira foi beneficiado pelo melhor da cultura negra da África, absorvendo elementos, por assim dizer, de elite que falaram na mesma proporção ao sul dos estados unidos. Os negros da Bahia afrouxam a base em que se firma a idéia da colonização exclusivamente banto do Brasil. Ao lado da língua banto, da quimbunda ou conguense falaram-se entre os negros, outras línguas gerais: a gege, a haúça, a nagô ou ioruba- que varnhagem dá como mais falada do que o português entre os antigos negros da Bahia, língua hoje prestigiada pelo fato de ser o latim do culto gege-iorubano. Nina Rodrigues identificou entre os negros do Brasil que ele conheceu ainda no tempo da escravidão os chamados pretos de raça branca ou fulas. Não só fula-fulos ou fulas puros, mas mestiços provenientes da senegâmbia , guiné portuguesa e costa adjacentes . Gente de cor cóbrea avermelhada cabelos ondeados quase lisos. Os negros desse estoque, considerados por alguns superiores aos demais do ponto de vista antropológicos, devido à mistura de sangue hamítico e árabe, vieram principalmente para a capitania e mais tarde províncias do norte. Os haúças, estoque de que também houve larga importação para o Brasil, notadamente para a Bahia, são igualmente mestiços de hamitas e talvez de berbere, embora nele os traços negros predominem. Também os Niam Niam, os mangbatu, o kanembu, os bagirmi, os bornu, os kanuri. Os mandingo, de que o Brasil recebeu várias levas, acusam por sua vez o sangue árabe e tuaregue; os ioruba acusam sangue não negro; ainda por identificar e os próprios bantos nos apresentam na sua grande variedades de tipos, tocados de vários sangues: de hamita e negrilo, principalmente. Nos demais característicos físicos são: na cor de um pardo escuro, chocolate, diferente do amarelo sujo ou do pardo claro, avermelhado, dos fulos, tanto quanto na cor de couro dos hotentotes e dos boximanes ou do preto retinto dos naturais da guiné; dolicocéfalos menores prognatismo que o dos negros considerados "puros", o nariz mais proeminente e estreito. Várias invasões e migrações têm alterado em tempos históricos, a população da angola ? origens de numerosos escravos importados para o Brasil- na sua antropologia e na sua cultura: uma delas a dos jaga em 1490. Mas sem nenhuma alteração profunda de raça, dada a semelhança entre os estoques invasores e nativos: todos já heterogêneos desde época remota. Dos negros importado para o Brasil podem se incluir os bantos- sem contar exceções, consideradas apenas as grandes massas étnicas- entre os mais caracteristicamente negros; pelo que não significamos a cor ? convenção quase que sem importância ? e sim traços de caracterização étnica mais profunda: o cabelo em primeiro lugar. Este característico não se encontra tão carregado nos indivíduos dos vários estoques mestiços de hamitas e até de berberes de que nos vieram numerosos escravos: enquanto os fulos e outros povos da áfrica oriental que contribuíram também para a formação da família brasileira se filiam pelo cabelo mais suave, nariz mais afilado, traços mais próximos dos europeus. No entanto houve outra característica que também que contribuiu para a formação brasileira: a miscigenação, conforme Ortiz (2005, p.128) o brasileiro "será caracterizado como homem sincrético, produto do cruzamento de três culturas distintas: a branca, negra e a índia, uma vez que o brasileiro seria constituído por este elemento popular oriundo de miscigenação cultural". Assim essa heterogeneidade foi à característica mais evidente da cultura brasileira, uma vez que o brasileiro seria constituído por este elemento popular oriundo da miscigenação cultural. O SINCRETISMO RELIGIOSO Ao romper dos marcos da sociedade africana e ao misturar cuidadosamente as etnias, escravidão conseguiu destruir as estruturas sociais, mas o negro salvaguardou os valores essenciais das civilizações africanas ? os religiosos. O escravo defronta-se com duas práticas religiosas: a católica, difícil de assimilar mais prestigiosa, pois é a do senhor baseada num deus trinário, mais temida que amada, vingador no presente mais prometedor do paraíso além da morte; a africana de tantas facetas quando as nações e comunidades, mas que procura gradualmente unificar-se, abrir-se a todos para dar coerência e alma à quase totalidade de cada comunidade negra. Aos poucos nascem e se desenvolvem estruturas religiosas novas, que não se inspiram num mode único africano, nem no padrão europeu. O escravo prática sua vida religiosa em dois níveis diferentes, antagônicos e irredutíveis, um ao outro, somente compatíveis por jamais se encontrarem. Conforme Ortiz (2005, p.133) "É no dia-a-dia dos homens que se assegura a permanência do mundo sagrado. O mito religioso penetra, dessa forma, o universo profano para atingir inclusive a cotidianidade daqueles que o suportam". Até o século XVIII, se constata nas comunidades africanas no Brasil, uma proliferação caóticas de cultos amorfos descrito à época como "jogos" ou "divertimentos", porém três "soluções", a "solução" bantu, a "solução" fon e ioruba e nas cidades, a "solução" islâmica. As religiões bantus no Brasil se mostraram muito permeáveis às influências externas e reinterpretaram o culto dos mortos do catolicismo ou dos índios; na reinterpretação da fé católica, quando certos santos, como são Benedito e santa Ifigênia passam a ser santos, tornam-se ancestrais familiares ou nacionais. Se não parece chocar a moral ou a religião Alguns senhores permitiam que os negros dançassem e cantassem aos sábados, domingos ou dias de festas. Já nas cidades, os batuques e cangerês eram proibidos. Temia-se que os agrupamentos de escravos degenerassem em movimentos subversivos. As únicas festas autorizadas eram as de cunho cristão: a de nossa senhora do rosário, padroeira dos pretos, as congadas e outras do mesmo gênero (COSTA, 2007, p.299). Os senhores protegem a sobrevivência do folclore negro, porém nunca autorizam abertamente a práticas dos verdadeiros cultos religiosos que lhe pareçam irreconciliáveis com o cristianismo. O folclore assim protegido pode perder rapidamente sua espontaneidade e tornar-se artificial quando se desenvolve com o apoio de todas as autoridades, religiosas e civis gerando uma confraria religiosa do tipo cristão sob a proteção da padroeira, nossa senhora do rosário. Essas confrarias imitadas no modelo português tinham antes sido introduzidas no congo, com relativo sucesso pelos missionários lusos durante a evangelização daquele reino. As primeiras associações urbanas de negro são de tipo religioso: imitam as confrarias religiosas importadas de Portugal e criadas no Brasil desde o começo da colonização para confiar aos leigos as tarefas da propagação da fé. No século XIX quando as associações civis tomam o lugar das religiosas, as distinções étnicas, perdem praticamente toda sua importância. A estrutura hierárquica dessas confrarias urbanas é muito simples, idêntica das confrarias brancas. Os africanos nunca utilizam o mesmo local para o seu culto e para a prática católica: o africano ou o seu descendente pode praticar as duas religiões simultaneamente, mas cada uma delas tem a suas regras, seu quadro, seu espaço físico próprio. Vemos, pois com muita reserva o fato de que a igreja católica teria podido servir o local para o culto de origem africana. Os negros aproveitam a liberdade de associação legal obtida pela confraria para manter contatos que podem levar a outros tipos de reuniões. Os cultos africanos existiram sempre no Brasil colonial, escondidos, intermitentes, buscando escapar a repressão e com eles a sociedade dominante somente se preocupava quando suspeitava que pudessem pôr em perigo a ordem pública. CONSIDERAÇÔES FINAIS Afirmamos que ao longo do processo histórico os africanos tiveram um papel importante na construção da identidade brasileira fazendo germinar suas influências através de seus costumes, tradições e práticas religiosas, que contribuíram para formação de uma identidade cultural afro-brasileiro, se destacando nas características étnicas culturais diversificadas trazidas para o Brasil, no qual, estes apesar da aculturação sofrida procuraram preservar seus traços cultuais de várias formas e continuam preservando até o tempo presente, mantendo viva a cultura africana, enriquecendo a brasileira com os importantes aspectos inseridos num povo miscigenado. Por isto devemos compreender as variadas áreas de conhecimentos enquanto realidade nacional. A partir daí, acreditamos que a problemática, a hipótese e os objetivos levantados a priori é verdadeira pois, a história africana nos leva a um mundo diversificados de conhecimentos, mostrando-os a verdadeira situação factual, isto é, a verdadeira realidade da situação dos negros ao chegarem no Brasil e na sua contribuição como a história na cientificidade. O negro teve uma participação realmente relevante para a construção da sociedade brasileira. REFERÊNCIAS MATTOSO, Kátia.M.Queiros,Ser escravo no Brasil/ Kátia.M. de Queiros Mattoso:Tradução Jemes Amado.- São Paulo: Brasiliense,2003. FREYRE, Gilberto,1900- 1987 casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Gilberto Freyre; apresentação de Fernando Henrique Cardoso. ? 51ª ed. rev ? São Paulo:Global 2006. COSTA, Emillia Viotti da/ Da monarquia a república. momentos decisivo . ? 8ª ed. Ver. Ampiada. São Paulo: Editora UNESP. 2007. ORTIZ, Renato. Cultura e Identidade Nacional. São Paulo:Brasiliense,2005.
INTRODUÇÃO O negro começou a ser introduzido no Brasil no final do século XVI pelos Portugueses que colonizavam estas terras, com o intuito de substituir a mão-de-obra indígena pela negra. O negro passou a ser uma figura importante no cenário brasileiro. Trazido para fortalecer a economia o negro foi inserido nas, mas diversas áreas de trabalho, como na área agrícola, artesanato e até nos trabalhos domésticos. Assim o negro passou a fazer parte da construção do país e também da família brasileira. Falar sobre a contribuição do negro para a formação da sociedade brasileira e falar daqueles que plantaram construirão casarões, igrejas, fortes e cidades inteiras num mundo feito para brancos que os viam apenas como objetos, ferramentas sem nome, sem memória, sem história e sem mérito algum pelo que realizaram na construção do país e da sociedade, que cada vez, mas se influenciava pela cultura, religião e até mesmo pela mesclagem do negro com branco. Como falar desta contribuição do negro na formação da sociedade brasileira? Sabemos que este não era visto como gente e por não ser gente não existia, como tal não tinha identidade nem história para o homem branco só existia uma história a sua como colonizador, mas a o negro nem mesmo tinha alma muito menos mérito de alguma coisa. O negro que outrora na áfrica era príncipe ou rei de uma grande tribo, agora tinha seu nome, sua crença, sua dignidade e sua história apagada pelo europeu que o levou ao cativeiro. Por compreendermos a necessidade de conhecermos o papel do negro na formação da sociedade, visto que sua influencia e inegável na cultura, na religião e na miscigenação racial apresentada hoje no Brasil elaboramos este texto a fim de publicarmos na internet e depois socializarmos e uma mesa-redonda, para que outros conheçam nossas origens conhecendo também a história de sua formação. Neste texto tentaremos analisar, identificar e avaliar a contribuição do negro para formação da sociedade deste imenso país que e o Brasil, possuidor de uma tão grande miscigenação cultural e racial. Em uma pesquisa qualitativa bibliográfica; abordaremos a origem do negro, a vinda para o Brasil, o negro como mercadoria, o negro, e o fortalecimento da mão-de-obra, o negro construindo um país para brancos, o negro e a miscigenação e o negro e o sincretismo religioso. Assim compreenderemos melhor esta importante contribuição do negro no processo de formação da sociedade Brasileira, deixando marcada a sua participação na formação da identidade da nação com herança Africana trazida para o Brasil, construindo um país diversificado racial e culturalmente. O que vemos hoje é reflexo de uma miscigenação em que o negro teve grande participação. A ORIGEM DO NEGRO NA ÀFRICA O negro foi vendido como mercadoria no Brasil do século ao XIX, para fortalecimento da mão- de- obra, e como tal era indispensável. O negro não veio de um continente desorganizado, sem cultura, sem tradição e sem passado. Mas para o europeu colonizador da áfrica era diferente, para este o negro africano era um ser inferior e que só servia para servir, um objeto, uma coisa, ignorando sua história e sua personalidade. Segundo Mattoso (2003, p. 24) a áfrica tinha verdadeiros impérios organizados, com tribos e autoridades inquestionáveis, também lá se encontravam confederações tribais e cidades-pousadas com seus ricos mercados no caminho do ouro, das especiarias e do marfim. Seus mercados eram ricos em variedades de coisas como o sal e até escravos, em todo áfrica se encontrava um povo guerreiro, pescador, caçador, pastor, comerciante e agricultor, o que nos faz ver que o europeu tentou apagar a história da áfrica como se não existisse até sua chegada. A religião na áfrica e diversificada, assim como os idiomas e etnias. Para eles a religião e uma forma de organização social e são variantes do animismo, e ela mantém enquadra o negro na sua vida cotidiana. Com a chegada do europeu e a partilha da África ouve o desmoronamento de reinos, grupos tribais e etnias, que tiveram grande influência do mesmo, transformando a sua vida política e religiosa. As marcas da colonização foram profundas implantando a sua religião, seu idioma e sua política, desconstruindo tradições e costumes milenares. A VINDA DO NEGRO PARA O BRASIL Conforme Mattoso (2005, p. ) a viagem do negro em direção ao Brasil tem poucos relatos, mas com certeza não das melhores. Os documentos só informam a duração da viagem e ignoram o tempo de sofrimento passado pelo capturado entre a captura e o desembarque na América. Sabemos que o negro desde o momento de sua captura na África até a sua venda como mercadoria passava por sofrimentos terríveis, muitos até morreram na viajem, pois nos navios negreiros eram amontoados como objetos, coisas, sem conforto ou higiene. Navios como o Emilia que em 1821 trouxe a Bahia um enorme carregamento de escravos que sempre aportavam no Brasil trazendo negros que em seu lugar de origem eram príncipes e reis e que durante a viagem era separado de sua tribo e família e transportados em condições sub-humanas, onde só os mas resistentes sobreviviam. Os doentes e menos resistentes ficavam sem alimentos ou eram jogados no mar para que não dessem trabalho. Para Mattoso ( ano, p.. ) os estados guerreiros, caçadores e fornecedores de escravos, não conheciam a exploração de mão-de-obra servil tal como era do outro lado do Atlântico. No Brasil o negro servia para um sistema agrícola em primeiro lugar depois para a mineração de mineras e pedras preciosas e por último para os serviços urbanos. O sistema escravagista terá inúmeras modalidades de escravidão, e assim existira varias espécies de escravos no Brasil, e escravos de diversas condições sociais, matérias e afetivas. O NEGRO COMO MERCADORIA O tráfico negreiro tornou-se um grande negócio, algo extremamente lucrativo, o que fazia com que os comerciantes portugueses não parassem seus navios para os devidos reparos, e tornou-se comum navios com problemas de calafeto, mastros desgastados e outros indispensáveis e que não eram reparados por profissionais, mas apenas por alguns negros que as vezes o faziam. Tudo em nome do lucro a qualquer custo. Os navios brasileiros eram bem equipados para o "resgate", mas os comerciantes da Bahia em busca de bons lucros negociavam elementos necessários a viagem como a diminuição do número de pipas de água para ter mais espaço nos navios. Os negros viajavam empilhados sem espaço até mesmo para suas necessidades naturais, se dormissem caiam um sobre os outros. Os negreiros brasileiros eram menores do que os holandeses e carregavam mais negros, enquanto um holandês transportava 300 negros em uma caravela, um brasileiro transportava 500. Nessas condições, a taxa de mortalidade era elevada chegando a 57% o número de mortos em uma viajem. Quando a mercadoria chegava ao Brasil passava pelo de engorda para melhorar a aparência da mercadoria que iria para a exposição. Com a vigem era comum que os negros chegassem magros, debilitados e com uma aparência ruim, e para facilitar a venda da mercadoria era importante melhorar seu aspecto. Existiam duas formas de venda desses negros uma era venda privada e a outra eram leilões públicos. Os leilões que geralmente aconteciam nos portos, eram feitos com escravos recém-chegados, quinze dias após o desembarque. Começava-se com os, mais difíceis de venda e depois os mais bonitos do lote. Em 1612 um escravo custava em média 28 mil reis. Um escravo para os escravocratas eram um bom negocio ou investimento. No leilão o escravo tinha o preço estabelecido pelo lance mais alto o que caracterizava esta modalidade. Na venda privada de escravos a modalidade supõem que havia um entendimento prévio entre o vendedor e o comprador, onde em um acordo o preço era fixado, e também permitiam flexibilidades no negócio se necessário. Com o desenvolvimento urbano do Brasil essa modalidade de comercialização de escravos cresceu, pois passou haver necessidade de mão-de-obra na construção, no transporte e no comércio. O NEGRO NO FORTALECIMENTO DA MÃO-DE OBRA O Brasil teve sede de braços para o trabalho no campo o nordeste e os centros lestes da colônia fundaram sua riqueza sobre a produção maciça de alguns artigos primários de exportação, dentre as quais a cana-de-açúcar foi por muito tempo o produto rei, sobretudo nas áreas litorâneas. A exploração agrícola açucareira repousa originalmente sobre a posse de várias áreas de terras outorgada pela coroa portuguesa aos que comprovam capacidade de fazê-las frutificar: são as sesmarias. O concessionário deverá montar a qualquer preço um sistema de produção eficiente não é suficiente plantar e colher cumpre em transformar a colheita em artigos de consumo: o açúcar. Dessa necessidade um complexo agro-industrial, o engenho que exige considerável grau de racionalização, tarefas agrícolas e industriais esperam os escravos. Segundo Freyre (2006, p.390) "os escravos vindos da área de cultura negra mais adiantada foram um elemento ativo, criador e quase que se pode acrescentar nobre da colonização do Brasil; degredados apenas pela sua condição de escravo". Esses foram os responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil colonial. O escravo ver-se a cercada por um sistema fortemente estruturado, no qual dominação e controle se adaptam às necessidades da exploração. O controle absoluto da exploração parece estar entre as mãos do proprietário do patrimônio, da terra e, sobretudo dos instrumentos da produção: esses são os escravos com seus braços, o engenho de açúcar com suas máquinas. A terra de um engenho não vale grande coisa no Brasil colonial, se ela é virgem e se a mão de obra necessária não atende a colheita próxima. Nessa sociedade agrária, o escravo é a "coisa" indispensável como instrumento de produção, mas derrotado a uma tarefa fixa sem possibilidade de mobilidade social. No século XIX quando se estabeleceram no rio grande do sul as grandes charqueadas para a salga da carne seca, parte da população de pecuarista se estabilizará em torno desses núcleos recentes tomando como seu modelo a sociedade agrária patriarcal e patrimonial: o número de escravos aumentará, ao tempo em que se reduzirão as suas possibilidades de subir a escala social e se farão mais rígidos os controles. Escravos dos campos, das minas, dos sertões viverão de maneiras diferentes suas relações com a sociedade que os obriga ao trabalho. CONSTRUINDO UM PAÍS PARA BRANCOS Quando falamos da formação da sociedade brasileira temos que falar da importante contribuição do negro na formação da nossa identidade política, econômica, religiosa e social. Povo este que a ferro foram trazidos para o Brasil deixando sua terra, sua cultura, sua religião e sua etnia, para incrementar a economia brasileira servindo de mão-de-obra, pois ao chegarem ao Brasil, sabiam manejar gado, trabalhar o ferro, irrigar o solo entre outros. Construíram um país para brancos. O Brasil foi construído por um povo forte e trabalhador, porém foi construído para outros o dominarem, deixando o negro como uma escória, apenas refugo da humanidade, marginalizados e inferiorizados. Ser negro no Brasil significava não ser humano, se relacionado com coisas feias, objeto, instrumento de produção preto não tinha alma, então não era como o branco que pela sua pele clara era visto uma coisa boa e imagem de Deus e coroa sua criação. Dizemos que este povo tão descriminado com o fim da escravidão contribuiu para a explosão populacional no país, tornando-o um país miscigenado onde já não se percebe mais os descendentes de colonizadores assim dando uma cor marrom as gerações. As bases econômicas, sociais, e culturais do nosso país "sangue negro". Os mais de seis milhões de negros trazidos para o país nos séculos XVIII e XIX incrementaram nossa sociedade. Todo o Brasil teve em sua cultura e economia uma forte influência do negro que para a que veio para fortalecer a economia trabalhando nas plantações. Com o fim da escravidão não mudou muita coisa as atividades continuaram as mesmas tudo continuava como antes a situação econômica também não mudava apenas a miscigenação se intensificava, no final do século XIX, quase inexistiam famílias genuinamente brancas. No Brasil o negro teve uma importância de grande valor, para a construção deste país tão diversificado com uma pluralidade cultural e religiosa. Hoje o negro luta para o seu reconhecimento não como cultura superior, mais igual a de todas as cores, mas esta luta não é fácil, quando entendemos que ela consiste em mudar a mentalidade de toda uma geração que ainda ver o negro como indigno e incapaz de ser competente, inteligente e até mesmo ser gente mesmo ser gente. O negro ainda e visto como inferior ao branco e muitas vezes como incapaz. Quando um empresário busca um funcionário e estão presentes no pleito pela vaga um negro e um branco, quem fica e o branco, porque o negro tem sua aparência atrelada a coisa feia sem boa aparência e incompetência, enquanto o branco e sinônimo de beleza e competência. Até pouco temo percebia-se anúncios de empregos dizendo que o pretendente deveria entre outras qualidades ter boa aparência o que desqualificava o negro para vaga. A mídia também tem de sertã forma inferiorizado o negro, quando mostra o negro associado ao trafico e a violência em seus filmes e novelas. Quando o negro e descente e de boa família este e pobre e empregado de um rico. O negro tem sido divulgado como um grupo sem capacidade de ser intelectual, profissional liberal ou empresário bem sucedido. Preto na mídia quase sempre e bandido ou pobre miserável, vivendo em favelas, praticando assaltos ou como serviçal de um grande empresário. A mulher negra desde os tempos coloniais é vista apenas com objeto sexual, aparecendo como musas em carnavais ou seminuas em propagandas comerciais, o que faz com que sejam vistas também como incapazes de realizar algo relevante como se medica ou advogada, condenada à viver apenas da comercialização de sua aparência. Muitas mulheres hoje ao conseguirem um emprego, tem sua remuneração inferior a das brancas; e cargos também inferiores; o que caracteriza a descriminação. No Brasil o ingresso do negro nas universidades e bem inferior a dos brancos mesmo com leis como a de cotas para negros, em alguns cursos se percebe a quase inexistência da presença do negro na sala de aula. O negro seria incapaz de esta em uma universidade? Não, apenas um negro tem sido vitima de falta de oportunidade eu o coloque em pé de igualdade com o branco. O NEGRO E A MISCIGENAÇÃO No caso dos africanos vindos para o Brasil dos primeiros séculos XVI, aos meados do século XIX, devemos procurar surpreender nos principais estoques de imigrantes não só o grau como o momento de cultura que nos comunicaram. Momentos que entre as tribos variou consideravelmente nesses trezentos e tantos anos de profundas infiltrações maometanas na áfrica negra. Grau que variou de maneira notável de sudaneses para bantos. Importa determinarmos a área cultural de procedência dos escravos evitando-se o erro de vermos no africano uma só e distinta figura de "peça da guiné" ou "preto da costa". De outras áreas de cultura africana transportaram-se para o Brasil, escravos em grosso número, muitos de áreas superiores à banto. A formação brasileira foi beneficiado pelo melhor da cultura negra da África, absorvendo elementos, por assim dizer, de elite que falaram na mesma proporção ao sul dos estados unidos. Os negros da Bahia afrouxam a base em que se firma a idéia da colonização exclusivamente banto do Brasil. Ao lado da língua banto, da quimbunda ou conguense falaram-se entre os negros, outras línguas gerais: a gege, a haúça, a nagô ou ioruba- que varnhagem dá como mais falada do que o português entre os antigos negros da Bahia, língua hoje prestigiada pelo fato de ser o latim do culto gege-iorubano. Nina Rodrigues identificou entre os negros do Brasil que ele conheceu ainda no tempo da escravidão os chamados pretos de raça branca ou fulas. Não só fula-fulos ou fulas puros, mas mestiços provenientes da senegâmbia , guiné portuguesa e costa adjacentes . Gente de cor cóbrea avermelhada cabelos ondeados quase lisos. Os negros desse estoque, considerados por alguns superiores aos demais do ponto de vista antropológicos, devido à mistura de sangue hamítico e árabe, vieram principalmente para a capitania e mais tarde províncias do norte. Os haúças, estoque de que também houve larga importação para o Brasil, notadamente para a Bahia, são igualmente mestiços de hamitas e talvez de berbere, embora nele os traços negros predominem. Também os Niam Niam, os mangbatu, o kanembu, os bagirmi, os bornu, os kanuri. Os mandingo, de que o Brasil recebeu várias levas, acusam por sua vez o sangue árabe e tuaregue; os ioruba acusam sangue não negro; ainda por identificar e os próprios bantos nos apresentam na sua grande variedades de tipos, tocados de vários sangues: de hamita e negrilo, principalmente. Nos demais característicos físicos são: na cor de um pardo escuro, chocolate, diferente do amarelo sujo ou do pardo claro, avermelhado, dos fulos, tanto quanto na cor de couro dos hotentotes e dos boximanes ou do preto retinto dos naturais da guiné; dolicocéfalos menores prognatismo que o dos negros considerados "puros", o nariz mais proeminente e estreito. Várias invasões e migrações têm alterado em tempos históricos, a população da angola ? origens de numerosos escravos importados para o Brasil- na sua antropologia e na sua cultura: uma delas a dos jaga em 1490. Mas sem nenhuma alteração profunda de raça, dada a semelhança entre os estoques invasores e nativos: todos já heterogêneos desde época remota. Dos negros importado para o Brasil podem se incluir os bantos- sem contar exceções, consideradas apenas as grandes massas étnicas- entre os mais caracteristicamente negros; pelo que não significamos a cor ? convenção quase que sem importância ? e sim traços de caracterização étnica mais profunda: o cabelo em primeiro lugar. Este característico não se encontra tão carregado nos indivíduos dos vários estoques mestiços de hamitas e até de berberes de que nos vieram numerosos escravos: enquanto os fulos e outros povos da áfrica oriental que contribuíram também para a formação da família brasileira se filiam pelo cabelo mais suave, nariz mais afilado, traços mais próximos dos europeus. No entanto houve outra característica que também que contribuiu para a formação brasileira: a miscigenação, conforme Ortiz (2005, p.128) o brasileiro "será caracterizado como homem sincrético, produto do cruzamento de três culturas distintas: a branca, negra e a índia, uma vez que o brasileiro seria constituído por este elemento popular oriundo de miscigenação cultural". Assim essa heterogeneidade foi à característica mais evidente da cultura brasileira, uma vez que o brasileiro seria constituído por este elemento popular oriundo da miscigenação cultural. O SINCRETISMO RELIGIOSO Ao romper dos marcos da sociedade africana e ao misturar cuidadosamente as etnias, escravidão conseguiu destruir as estruturas sociais, mas o negro salvaguardou os valores essenciais das civilizações africanas ? os religiosos. O escravo defronta-se com duas práticas religiosas: a católica, difícil de assimilar mais prestigiosa, pois é a do senhor baseada num deus trinário, mais temida que amada, vingador no presente mais prometedor do paraíso além da morte; a africana de tantas facetas quando as nações e comunidades, mas que procura gradualmente unificar-se, abrir-se a todos para dar coerência e alma à quase totalidade de cada comunidade negra. Aos poucos nascem e se desenvolvem estruturas religiosas novas, que não se inspiram num mode único africano, nem no padrão europeu. O escravo prática sua vida religiosa em dois níveis diferentes, antagônicos e irredutíveis, um ao outro, somente compatíveis por jamais se encontrarem. Conforme Ortiz (2005, p.133) "É no dia-a-dia dos homens que se assegura a permanência do mundo sagrado. O mito religioso penetra, dessa forma, o universo profano para atingir inclusive a cotidianidade daqueles que o suportam". Até o século XVIII, se constata nas comunidades africanas no Brasil, uma proliferação caóticas de cultos amorfos descrito à época como "jogos" ou "divertimentos", porém três "soluções", a "solução" bantu, a "solução" fon e ioruba e nas cidades, a "solução" islâmica. As religiões bantus no Brasil se mostraram muito permeáveis às influências externas e reinterpretaram o culto dos mortos do catolicismo ou dos índios; na reinterpretação da fé católica, quando certos santos, como são Benedito e santa Ifigênia passam a ser santos, tornam-se ancestrais familiares ou nacionais. Se não parece chocar a moral ou a religião Alguns senhores permitiam que os negros dançassem e cantassem aos sábados, domingos ou dias de festas. Já nas cidades, os batuques e cangerês eram proibidos. Temia-se que os agrupamentos de escravos degenerassem em movimentos subversivos. As únicas festas autorizadas eram as de cunho cristão: a de nossa senhora do rosário, padroeira dos pretos, as congadas e outras do mesmo gênero (COSTA, 2007, p.299). Os senhores protegem a sobrevivência do folclore negro, porém nunca autorizam abertamente a práticas dos verdadeiros cultos religiosos que lhe pareçam irreconciliáveis com o cristianismo. O folclore assim protegido pode perder rapidamente sua espontaneidade e tornar-se artificial quando se desenvolve com o apoio de todas as autoridades, religiosas e civis gerando uma confraria religiosa do tipo cristão sob a proteção da padroeira, nossa senhora do rosário. Essas confrarias imitadas no modelo português tinham antes sido introduzidas no congo, com relativo sucesso pelos missionários lusos durante a evangelização daquele reino. As primeiras associações urbanas de negro são de tipo religioso: imitam as confrarias religiosas importadas de Portugal e criadas no Brasil desde o começo da colonização para confiar aos leigos as tarefas da propagação da fé. No século XIX quando as associações civis tomam o lugar das religiosas, as distinções étnicas, perdem praticamente toda sua importância. A estrutura hierárquica dessas confrarias urbanas é muito simples, idêntica das confrarias brancas. Os africanos nunca utilizam o mesmo local para o seu culto e para a prática católica: o africano ou o seu descendente pode praticar as duas religiões simultaneamente, mas cada uma delas tem a suas regras, seu quadro, seu espaço físico próprio. Vemos, pois com muita reserva o fato de que a igreja católica teria podido servir o local para o culto de origem africana. Os negros aproveitam a liberdade de associação legal obtida pela confraria para manter contatos que podem levar a outros tipos de reuniões. Os cultos africanos existiram sempre no Brasil colonial, escondidos, intermitentes, buscando escapar a repressão e com eles a sociedade dominante somente se preocupava quando suspeitava que pudessem pôr em perigo a ordem pública. CONSIDERAÇÔES FINAIS Afirmamos que ao longo do processo histórico os africanos tiveram um papel importante na construção da identidade brasileira fazendo germinar suas influências através de seus costumes, tradições e práticas religiosas, que contribuíram para formação de uma identidade cultural afro-brasileiro, se destacando nas características étnicas culturais diversificadas trazidas para o Brasil, no qual, estes apesar da aculturação sofrida procuraram preservar seus traços cultuais de várias formas e continuam preservando até o tempo presente, mantendo viva a cultura africana, enriquecendo a brasileira com os importantes aspectos inseridos num povo miscigenado. Por isto devemos compreender as variadas áreas de conhecimentos enquanto realidade nacional. A partir daí, acreditamos que a problemática, a hipótese e os objetivos levantados a priori é verdadeira pois, a história africana nos leva a um mundo diversificados de conhecimentos, mostrando-os a verdadeira situação factual, isto é, a verdadeira realidade da situação dos negros ao chegarem no Brasil e na sua contribuição como a história na cientificidade. O negro teve uma participação realmente relevante para a construção da sociedade brasileira. REFERÊNCIAS MATTOSO, Kátia.M.Queiros,Ser escravo no Brasil/ Kátia.M. de Queiros Mattoso:Tradução Jemes Amado.- São Paulo: Brasiliense,2003. FREYRE, Gilberto,1900- 1987 casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Gilberto Freyre; apresentação de Fernando Henrique Cardoso. ? 51ª ed. rev ? São Paulo:Global 2006. COSTA, Emillia Viotti da/ Da monarquia a república. momentos decisivo . ? 8ª ed. Ver. Ampiada. São Paulo: Editora UNESP. 2007. ORTIZ, Renato. Cultura e Identidade Nacional. São Paulo:Brasiliense,2005.